terça-feira, 29 de janeiro de 2013

Um país com bom café!


Chegamos em Bogotá e os problemas de cidade grande já conhecidos apareceram nos primeiros minutos: trânsito, problemas para encontrar onde ficar, GPS que cisma em não funcionar direito. Conseguimos um hostel meio chumbrega, ainda mais tendo saido do oásis Renascer e decidimos que dois dias seriam suficientes para explorar a capital colombiana. Já tinhamos visitado Bogotá na parte 1 da viagem, feito o ótimo Museo do Oro. Dessa vez fizemos o tão bom quanto Museo Botero. 

Trânsito de Bogotá

A arte de Botero nos faz sorrir, que delícia passear pelas suas galerias. O museu ainda conta com Picasso, Monet, Chagall mas claro, o destaque são as pinturas e esculturas de Botero que com suas formas roliças nos fizeram sorrir deliciosamente. 
Monalisa de Botero

O museu é gratuito e engloba a Casa da Moneda. Não deixe de apreciar os objetos religiosos feito de ouro e pedras preciosas, um deles com quase 5 kg de ouro e mais de 1400 esmeraldas incrustadas. 

Interior Museo Botero

Barranquero
Também passeamos pela Zona Rosa, um bairro cheio de marcas de grifes e shoppings. Que loucura, como os bogotenses gostam de shopping! Nessa região, em poucas quadras, quatro shoppings! Contamindos pelo " espírito natalino" acabamos comprando uma cafeteira tipo prensa francesa e um moedor manual de café. Já estreamos os dois nesse começo de 2013 e adoramos nosso presentinho de natal. Também aproveitamos para assistir O Hobbit. Muito tempo fora de casa, temos essas necessidades loucas de urbanização como ir ao cinema e frequentar livrarias. 
Saciados dessas necessidades e com o cronograma apertado, decidimos seguir viagem para a Zona Cafetera, mais precisamente, para a cidadezinha de Salento, onde encontramos o Hostel Serrana, um lugar que é super bem recomendado mas que quando chegamos estava sem internet e sem banho quente. Passamos o Natal no hostel, fizemos nossa ceia simples-porém-gostosa e passamos mais um Natal diferente, sem overdose de comidas e presentes. Foi no hostel que avistamos um pássaro muito bonito, que num primeiro momento achávamos que era o quetzal. Não era o quetzal e sim o barranquero.
Por estar na Zona Cafetera e saber que o café colombiano é um dos melhores do mundo, decidimos conhecer uma finca de café. Graças a Deus a moça do camping percebeu que estávamos em busca de um algo mais e nos indicou a Sachamama. Nem podemos dizer que é uma finca, a propriedade é pequena para esse titulo mas a experiência foi inesquecivel. 
Com a mão na massa
O Pedro nos recebeu em sua casa e conversa sobre tudo, principalmente sobre como decidiu fabricar café orgânico e atender turistas. Almoçamos uma comidinha orgânica-vegetariana com ele e depois, embaixo de chuva, partimos para a experiência propriamente dita. Fizemos todo o processo do café -colheita, descaroçamos, secamos, torramos, moemos e preparamos nosso café. Nem precisa dizer: foi o melhor café que tomamos na vida. Foi nessa ocasião que compreendemos porque os colombianos chamam seu café de tinto: a cor do café pronto na xícara é ligeiramente avermelhada, tinta, tinto! Delicioso! Nem precisa dizer que saimos com o complemento do nosso presente de natal, café em grãos! Tivemos um trabalho bem grande para encontrar o Sachamama (havia uma ponte quebrada e o Pedro não coloca placas no caminho) mas valeu a pena. Programa altamente recomendável! Pra você, viciado em coordenadas geográficas, segue a posição (N 4*36'36,3'' W 75*35'20,3'')
Também visitamos nas imediações de Salento uma floresta com as palmas de cera, o Vale de Cocora. A palma de cera é muito alta, atinge até 70 metros, super longeva e árvore simbolo da Colômbia.

Palmas de cera se destacam na paisagem
Da Zona Cafetera, seguimos rumo ao sul passando por Cali (cidade que não conhecemos), Popayan (que não nos atraiu suficiente para nos deixar ficar uma noite) e Pasto, onde visitamos o altamente recomendável Hospital Universitário Departamental para tratar uma infecção urinária forte.

Casinhas brancas em Popayan



Cuye delivery!
O atendimento em Pasto foi surpreendentemente bom, por isso caso esteja sentindo algo e consiga esperar, passe nesse hospital. Foi em Pasto que ouvimos pela primeira vez falar que as pessoas comiam cuye. E o que são cuyes? São o porquinho da índia, aquele bichinho fofinho que muitas pessoas tem de estimação. O engraçado foi que queriamos comer o tal do cuye mas o restaurante selecionado estava cheio. Dai o pessoal do hotel pediu um cuye para entregar, um porquinho da índia delivery! Numa embalagem de isopor! Comemos e o veredito foi: é bom mas tem muito osso e pouca carne. No Equador e no Peru é bem fácil encontrar. Portanto se vc realmente gostar, pode comer os porquinhos da índia muitas outras vezes...
 De Pasto, seguimos para Ipiales onde apenas passamos a noite para cruzar mais uma fronteira, dessa vez, com o Equador. 

Considerações sobre a Colômbia: alguns anos atrás, a Colômbia era considerada um país perigoso por conta do narcotráfico. Hoje, a situação está muito melhor e gostamos bastante de viajar por esse país mas para viajantes de carro tem outros probleminhas
Tapadores de buraco após pedágio
- são as piores estradas no conjunto até o momento. Perigosas, apenas serras, a maioria esmagadora de pista simples, cheias de pedágio (mesmo com asfalto ruim e as vezes, até sem asfalto!), com motoristas imprudentes. Até agora, no topo da lista do pior lugar para dirigir no mundo. Se fizer os deslocamentos entre essas cidades de carro, aumente bastante o tempo dispendido. Num dia, percorremos 300km em 8 horas. Cuidado, atenção, paciência e grana prá pedágio é o que você vai precisar fazendo a Colômbia de carro. 
- muitas paradas militares e policiais. Não tivemos nenhum problema com policiais corruptos mas é sempre bom andar com os documentos sempre em ordem. A primeira coisa que nos pediram foi o SOAT (seguro obrigatório). 
- o diesel tem outro nome: ACPM e é vendido por galão com preço mais caro do que no Brasil

Entretanto.....
- a Colômbia é o país das frutas e casas de sucos naturais. Experimentamos muitos novos sabores tomando suco todos os dias! Brasileiro gosta de se vangloriar de suas frutas mas as colombianas são melhores, todas!  Parecem que colocam açúcar de adubo!
Pithaya

- é um país de muitas belezas e de povo feliz. Não perca a experiência de andar numa buseta, os coletivos nas cidades. Eles são enfeitados com cortinas e sempre com uma salsa de trilha sonora. Além da mão na buzina do motorista, imprescindível!

segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Descobrindo as montanhas colombianas

Todo dia o sol se põe no mar em Cartagena.
Na ida de nossa viagem, passamos duas semanas em Cartagena por causa do envio do carro de navio para os EUA. Agora na volta, passamos novamente uma semana em Cartagena esperando para poder retirar nosso carro e seguir viagem rumo ao sul do continente. Apesar de Cartagena ser uma cidade interenssantíssima e altamente recomendável, ficamos cansados de ficar na mesma cidade por tanto tempo. Ainda mais, porque se comparada com as demais cidades colombianas, Cartagena é cara e quente! A mais importante dica de Cartagena, escolha algum lugar com ar condicionado para ficar.  Dessa vez, passeamos pela cidade murada e como estávamos sem o carro, ficamos hospedados no tradicional bairro Getsemani. A localização do hostel num primeiro momento assustava. Mas depois da primeira noite nos acostumamos com os boêmios e as prostitutas, praticamente dentro dos dos livros de Gabriel Garcia Marques (leia Memoria de mis putas tristes). Pegamos gosto por um hábito hiper saudável dos colombianos- os sucos naturais. Descobrimos sabores de várias frutas diferentes! 


Experimente zapote com leite
Adoramos comida de rua: arepas com queijo





Canyon Chicamocha
Scenic drive
Depois de desembaraçar os papéis do carro e pegar o Jumbo de volta, seguimos para as montanhas onde o clima ameno permitiu que acampássemos no carro. Nosso primeiro destino foi a cidade de San Gil. No caminho, passamos pelo Canyon de Chicamocha, um canyon impressionantemente grande. Não chega a ser um Grand Canyon mas é muito bonito e vale a parada. Ao invés de irmos ao Parque Nacional do Chicamocha conhecer o canyon, decidimos visitar um mirante porque pensamos que seria grátis mas o pedágio de COP 10 quebrou nossa perna. A  estrada que contorna o canyon é muito cênica, várias paisagens deslumbrantes. Você sobe e desce que é uma loucura mas vale bastante a pena. É um ótima quebrada de viagem.










Em San Gil, encontramos um camping ótimo e acabamos ficando por três noites. San Gil é conhecida por seus esportes radicais, como rafting. Nós passeamos bastante mas aproveitamos para relaxar um pouco, já que o camping onde ficamos tinha umas piscinas deliciosas, inclusive com tobogã pequeno mas divertidíssimo. Um oásis depois de Cartagena! (Camping San Marcos, COP 20.000,00) 
Parece pouco mas essa piscina foi deliciosamente refrescante

Em um desses dias, aproveitamos para conhecer a linda e charmosa cidade de Barichara. Com aquelas casinhas coloniais branquinhas e céu azul intenso, Barichara é um convite a contemplação. Do Parque de las Artes um mirante tira o fôlego com a vista para o vale. Foi em Barichara que conhecemos o Juan, o menino fofo desse post. Tivemos um ótimo tempo por lá, mas acabamos voltando para San Gil para dormir no camping. Até rolava fazer um free camping, mas as piscinas no San Marcos falaram mais alto. 
Catedral de Barichara

Barichara




























De San Gil, seguimos para Villa de Leyva, sem saber muito o que esperar. Bem, mais uma cidade colonial charmosérrima, tomamos cafés deliciosos no parque central (na Colômbia parque é sinônimo de plaza) e vimos a vida passar aos montes. Com 12.000 habitantes e 2100 metros de altitude, Villa de Leyva é uma cidade que merece ser visitada. 


A tranquila Villa de Leyva





Cozinha da casa de barro
Foi lá que conhecemos a Casa Terracota, a maior casa de barro do mundo. Falando assim, parece apenas um outro check point do guiness book mas essa casa é uma atração imperdível! Toda - TODA- construída em barro, por dentro e por fora, ela é a realização de um devaneio de um arquiteto sonhador. Demos sorte em conhecer o arquiteto que com sua paixão explicou os detalhes da construção não aparente. Se nós com o Jumbo somos a prova viva de que sonhar e fazer é possível, conhecendo a casa de barro, percebemos que não estamos sozinhos nessas aspirações.
Casa Terracota
Villa de Leyva tem muitas trilhas e algumas caminhadas para serem feitas. Também é conhecida por seus fósseis de animais pré históricos. Nós ficamos tranquilos e preguiçosos principalmente porque ficamos acampados no Hostel Renacer (COP 20.000,00), por enquanto figurando no topo da lista dos campings onde ficamos até o momento. O dono Oscar Gilède, um biólogo com espírito overlander, comanda o hostel com maestria. Tudo funciona bem. Além disso, ele tem muita informação da região e de toda Colômbia. Aproveitamos para cozinhar e fizemos umas trutas deliciosas que são comercializadas na peixaria da cidade. Como restaurante, indicamos o simples e bom Tienda de Teresa. Foi lá que comemos a cazuela boyacense, deliciosa, com leite, ovo, queijo e pão. 



Cazuela Boyacense, deliciosa e simples


Foto clássica da Catedral de Sal
Seguimos viagem rumo a Bogotá. No caminho, paramos em Zipaquirá, a cidade da Catedral de Sal. Impressionante, após a exploração da mina de sal, os mineiros esculpiram uma catedral toda em sal a 190 metros abaixo da superfície. A visita é guiada, começa passando pela via sacra para terminar na catedral em si, onde ainda se rezam missas todos os domingos. A catedral chega a acomodar 8400 pessoas. Tudo isso dentro da montanha. Dormimos no estacionamento do Museo Arqueológico e pudemos aproveitar o agito da sexta a noite na pequena e movimentada Zipaquirá. 
No próximo post, continuamos a falar sobre a Colômbia, um país com ótimas atrações mas também com os seus espinhos.
Dentro do tunel da Catedral

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Camping Sites

Antes de sairmos para viajar, fizemos uma pesquisa básica de lugares para acampar pela América. Tivemos tanta dificuldade para encontrar informações de outros viajantes sobre isso que decidimos que uma coisa que iríamos fazer seria colocar na internet os lugares onde acampamos ou passamos a noite. Já dissemos uma vez e vamos repetir: quando se está tendo uma vida trabalho-casa nunca temos dúvida onde iremos dormir. Afinal de contas, isso não precisa ser uma decisão diária, faz parte da sua vida cotidiana dormir na sua cama, com todas as facilidades e segurança de um lar. 


Essa é nossa foto clássica de free camping: num rest area da Dalton Highway, onde enfrentamos a noite mais fria da viagem, até agora

Não saber onde parar pra dormir faz parte de nossa rotina hoje em dia. E apesar de hoje estarmos administrando e resolvendo isso muito melhor depois de meses de experiência, ainda causa uma certa apreensão não saber onde vamos amarrar nosso jumbo durante a noite...
Lembramos com um carinho especial os free campings que fizemos. Um lugar perfeito para isso é o Alaska, o Canadá e alguns pontos dos EUA. São silenciosos, no meio de uma natureza fantástica e a sensação de liberdade é indescritível. Fora a economia de uns bons trocos! Claro, para clima muito frio, temos um aquecedor a gás que garante nosso conforto térmico.
Essa lista está em construção, afinal de contas, ainda estamos na estrada. Além disso, lugares que super funcionaram para a gente podem ser verdadeiros tropeços para outros viajantes. Já ocorreu com a gente mesmo, no México, chegarmos a uma cidade com quatro sugestões de onde ficar na mesma cidade e nenhuma dar certo.Ficamos num quinto local. Mesmo assim, costumamos confiar muito mais na opinião de viajantes do que qualquer guia Lonely Planet.
CCB do Rio, deu até para esticar nosso varal

Avaliamos segundo o padrão Anima de qualidade, portanto essa é uma avaliação totalmente e absolutamente empírica. Mas as facilidades descritas ajudam a selecionar um local para ficar.
Acordando com os deers
O que procuramos num lugar para passar a noite? As necessidades variam um pouco, dependendo das nossas condições, por exemplo, tem dias que precisamos muito tomar bom banho. Portanto, nesse dia, vamos procurar um lugar que tenha banheiro e chuveiro com água quente. Vamos as nossas prioridades:
- segurança: estamos fazendo uma viagem com um carro todo adesivado, um cego talvez não perceba o que estamos fazendo mas pessoas que enxergam, sabem que é um carro de viajantes. Portanto, dependendo do  país onde estamos, realizar free campings nas ruas nem pensar! Para sanar nossas angústias com relação a segurança, caso não fiquemos em campings, procuramos um hotel/hostel com estacionamento.


Free camping no Canadá: gelo no parabrisa

- preço: geralmente lugares que cumpram alguns dos objetivos são muito mais caros. Pesquisamos bastante antes de conseguir um BBB (bom, bonito, barato) e pedimos desconto. As vezes, conseguimos alguma coisa.
O jornal cumpre a função do papel higiênico
- banheiro: de preferência além de banheiro, chuveiro com água quente. Uma missão praticamente hercúlea na América Latina. Já ficamos em muitos lugares que dizem que a água é quente mas na hora agá tomamos agua fria na cachola.
- energia: precisamos carregar o jumbo com frequencia. É importante que tenha tomadas próximas e sempre testamos a energia para ver se está ok
- silencioso: não gostamos de dormir em postos de gasolina de estradas muito movimentadas ou em outros lugares com muito ruído. Tentamos ficar num lugar tranquilo. Já tivemos noites horrorosas sem sono por causa de ruído de caminhão. 
- internet: temos uma família saudosa e preocupada (acho que como todos os outros viajantes). Procuramos um lugar com wifi sempre que possível.


No Tayrona, Colômbia: mais varal e ótimos vizinhos

- lugar limpo, sem muito mato, sem muita lama, bem conservado e plano: dormir dentro do carro todo torto não é legal. É ai que entra na nossa vida a frase "Não existe milagre". Se o sítio é seguro, barato, tem banheiro, é silencioso e com internet, vai ter lama ou mato, ou será um lugar caindo aos pedaços ou terá o chão desnivelado ou terá pessoas esquisitas. Portanto, quando avaliamos um camping como três estrelas, ele cumpriu com louvor todos os requisitos. Tarefa árdua!
Ter mesinha, lugar para fazer um fogo, grelha, isso é luxo. Mas proporciona muito mais conforto, principalmente porque apesar de termos nossa cama, dependemos bastante das facilidades externas.
Quase perfeito. Faltou a energia, o banho, a internet... Mas era gratuito e era no Denali, EUA
O melhor de tudo é ter uma varanda móvel. A paisagem nem sempre é deslumbrante mas  é sempre nova!

Bom, pela listinha, deu para perceber como temos decisões difíceis para tomar todos os dias e vira e mexe, abrimos mão de alguma coisa. Faz parte da viagem, faz parte da aventura.

Nossa lista de lugares para acampar, será atualizada conforme o andar da carruagem, portanto, não perca os próximos capítulos!



quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Panamá, muito mais que um canal

Do famoso canal, você já deve ter ouvido falar. Talvez também de um tal modelo de chapéu, que na verdade é feito no Equador. Mas o Panamá é muito mais que isso. Ilhas paradisíacas no Caribe, reservas de natureza preservada e uma metrópole vibrante são algumas partes bem menos conhecidas desse pequeno país que tem o canal como destaque. 

Cidade do ArcoÍris, Boquete
Nossa primeira parada no Panamá foi a cidade do arco íris, Boquete. Pequena cidade a 1060m de altitude com grande produção agrícola e de café. O grande umidade gera uma garoa frequente que com o sol produz vários arco íris. Vimos uma dezena deles nos poucos dias que ficamos lá. Saímos de Boquete em direção à cidade do Panamá, e no caminho passamos pela Punta Chame, uma pequena península no Pacífico onde é frequente encontrar arraias na beira da praia. Cuidado ao entrar na água, pois não é muito difícil pisar sobre uma arraia o que deixa um ferimento bem complicado. O tempo não nos animou a entrar na água e esse risco não corremos. 
Skyline de Cidade do Panamá
Cidade do Panamá, que surpresa boa. Uma verdadeira metrópole tropical, com arranha céus, hotéis de luxo mas também um centro histórico colonial bem interessante. A cidade de 880 mil habitantes fica na ponta do canal no lado do Pacífico e está em um crescimento a ritmo acelerado. Após a transferência do canal dos EUA para o Panamá em 1999, a injeção de dinheiro que o canal proporciona está levando o país a um crescimento enorme. E tudo indica que essa tendência irá continuar. 
Centro da Cidade do Panamá à noite
Dizem por lá que o Canal do Panamá é a maior obra de engenharia do mundo. Apesar de ser só um canal, as proporções são realmente gigantescas. Eles tiveram que literalmente remover montanhas inteiras para passar o canal. Isso em 1903 !! E ele continua funcionando mesmo sendo quase secular. A operação dele é bem interessante, funciona a base de eclusas, vale a pena visitá-lo. O interessante é observar que para funcionar o canal precisa de água. Uma coisa tão básica mas que preocupa bastante os empresários do canal. Portanto, o Panamá tem várias áreas de preservação ambiental que proporcionam um volume de chuvas na medida para o canal. Choveu, todo mundo fica feliz. 
Os navios passam quase raspando no Canal do Panamá

A história da construção do canal é um pouco nebulosa. Se de um lado a história contada é de que a França desistiu de construir o canal vencida pelas doenças (febre amarela e malária) e condições inóspitas, por outro todo mundo sabe muito bem que a separação da Colômbia e Panamá foi patrocinada pelos estadunidenses. Como o contrato para a construção do canal foi firmado entre a Colômbia e a França, criado o estado do Panamá esse contrato não teria mais validade. Portas abertas para os Estados Unidos construirem e depois, explorarem durante quase 100 anos o mais desejado canal de todo mundo. 
 Nada melhor do que conhecer a região com pessoas locais. O Jorge e o Rubem foram ótimos anfitriões, nos levando conhecer San Blás (que antes pensavamos ser acessivel apenas por veleiros) e a própria Ciudad do Panamá. Fomos para San Blás de carro, numa estrada extremamente sinuosa. Chegamos até um porto de onde pegamos um barco que em apenas 15 minutos nos levou até a paradisíaca Isla Aguja. A ilha é minuscula, em menos de 100 passos você caminha por toda sua circunferência. 
Isla Aguja, um montinho de coqueiros perdidos no Caribe
Pensávamos que seria uma ilha deserta e carregamos barraca e comida para os dois dias. Mas lá chegando, descobrimos que algumas familias dos nativos Kuna Yala habitavam o local. Bom, para nós foi ótimo pois depois de meses pudemos comer por dois dias consecutivos um churrasquinho que ficou do jeito brasileiro. Graças ao Jorge e ao Mauro que com seus conhecimentos de escoteiros conseguiram e insistiram em fazer um fogo quase impossível com o carvão molhado. Sim, porque apesar de paradisíaca, pegamos uma chuva danada em San Blas. Caprichos da natureza...
Praia na Isla Aguja, San Blas, Caribe
Além disso, usamos nossa barraca que estamos carregando no Jumbo desde que saimos de casa. Taí um item dispensável para uma próxima aventura. 
Por conta do atraso no envio do carro de Colon até Cartagena, ficamos mais tempo do que o planejado no Panamá. Mas gostamos em conhecer mais a fundo um país que tem muito mais que o canal para oferecer.
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